
(...) nós mesmos temos votado inúmeras leis de amparo, de proteção a vítimas de enchentes, ocorridas notadamente em Minas Gerais e no estado do Rio de janeiro. Ao governo competia evitar que esses fatos ocorressem periodicamente, já que essas trombas d’água caem exatamente nas encostas das montanhas. Naqueles mesmos locais, várias outras mortes causadas por enchentes e soterramentos se repetirão periodicamente enquanto não forem removidas as causas; pelo menos que o governo condenasse tais regiões, não permitindo habitação de lavradores, etc.
Que faz o governo? Manda dinheiro para socorrer as vítimas, estas constroem casas no mesmo local e, anos depois, vêm as enchentes que as danificam. Voltam essas vítimas à Câmara para pedir amparo e assistência. Como no Nordeste, essas zonas deviam também ser condenadas pelo governo até que fossem suficientemente fertilizadas, arborizadas e melhoradas as condições de represagem da água, a fim de se tornarem núcleos úteis ao progresso do país...”
Discurso de um parlamentar na Câmara Federal, maio de 1951.